segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

A besta e a sua marca.


Muito se tem pesquisado, falado e escrito sobre a besta do apocalipse e também do número do seu nome. E como não poderia ser diferente, várias são as visões e opiniões que se tem obtido como resultado dessa "incessante pesquisa” e isso faz com que não se tenha uma opinião formada sobre o assunto de quem seja, ou o que seja a besta relatada no Capítulo 13 do livro do apocalipse.

A opinião que se tem no meio religioso sobre quem é a besta é variada e entre elas estão: o império romano, ou algum imperador específico, o sistema papal, ou então alguém que surgirá no futuro, o qual eles dizem ser o anticristo e pasmem, muitos dizem que é o próprio Diabo. Nota-se que para os religiosos a besta tem características religiosas. O objetivo desta abordagem não é de maneira nenhuma definir como palavra final quem é, ou o que seja a besta e o seu número, mais sim tentar desbravar um pouco mais este intrigante assunto.

Esta consideração será baseada na interpretação chamada de paralelismo profético, ou seja, a história, e a bíblia sendo sua própria interprete. A bíblia define a palavra besta do mesmo modo que nós definimos. Um animal de carga, e é exatamente isso que a bíblia nos diz. Is. 46.1 - Bel se encurva, Nebo se abaixa; os ídolos são postos sobre os animais, sobre as bestas; as cargas que costumáveis levar são canseira para as bestas já cansadas.

De igual modo o livro do apocalipse diz, que a besta é um animal, e a palavra grega para definir a besta no NT. É therion que significa um animal selvagem, ou uma besta selvagem. A besta de apocalipse treze é uma quimera, ou seja, uma aparência de animal mesclado. Ap. 13.1-2 - Vi emergir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças e, sobre os chifres, dez diademas e, sobre as cabeças, nomes de blasfêmia. A besta que vi era semelhante a leopardo, com pés como de urso e boca como de leão. E deu-lhe o dragão o seu poder, o seu trono e grande autoridade.
                 
Além de ter sete cabeças e dez chifres à besta é uma mescla de uma semelhança de leopardo, urso e leão, veja bem, ela não se assemelha a um animal somente. Outro fato interessante é que nos dias bíblicos as nações ímpias quando subjugavam os outros povos e pela forma como agiam estas nações, foram muitas das vezes consideradas como animais.

Por exemplo: o império babilônico foi considerado no livro do profeta Jeremias como leão ao levar Israel para cativeiro. Jr. 4.6-7 - Arvorai a bandeira rumo a Sião, fugi e não vos detenhais; porque eu faço vir do Norte um mal, uma grande destruição. Já um leão subiu da sua ramada, um destruidor das nações; ele já partiu, já deixou o seu lugar para fazer da tua terra uma desolação, a fim de que as tuas cidades sejam destruídas, e ninguém as habite.
                  
Jr. 50. 17 - Cordeiro desgarrado é Israel; os leões o afugentaram; primeiro, devorou-o o rei da Assíria, e, por fim, Nabucodonosor o desossou. Já o profeta Ezequiel descreveu a ação dos babilônicos como uma ave de rapina. Ez. 17.3 e 12 - Assim diz o Senhor Deus: Uma grande águia, de grandes asas, de comprida plumagem, farta de penas de várias cores, veio ao Líbano e levou a ponta de um cedro. Dize agora à casa rebelde: Não sabeis o que significam estas coisas? Dize: Eis que veio o rei da Babilônia a Jerusalém, e tomou o seu rei e os seus príncipes, e os levou consigo para a Babilônia.

Percebemos que os animais relatados no apocalipse 13 verso dois são idênticos aos animais relatados no capítulo sete do livro do profeta Daniel. Dn. 7.2-4- Falou Daniel e disse: Eu estava olhando, durante a minha visão da noite, e eis que os quatro ventos do céu agitavam o mar Grande.  Quatro animais, grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar. O primeiro era como leão e tinha asas de águia; enquanto eu olhava, foram-lhe arrancadas as asas, foi levantado da terra e posto em dois pés, como homem; e lhe foi dada mente de homem.

Existe uma relação muito forte entre o leão e a Babilônia, o leão alado era um símbolo de babilônia. E na porta do templo dedicado a deusa Ishtar existia um leão. Não só na porta, mas, grande parte da construção babilônica encontrava-se o leão alado impresso nos azulejos e tijolos.

Considerando que o leão com asas de águia, representa a Babilônia, fica fácil identificar os outros animais, basta reconhecer quem sucedeu a quem no cenário mundial. Is. 13.17-19 - Eis que eu despertarei contra eles os medos, que não farão caso de prata, nem tampouco desejarão ouro. Os seus arcos matarão os jovens; eles não se compadecerão do fruto do ventre; os seus olhos não pouparão as crianças. Babilônia, a jóia dos reinos, glória e orgulho dos caldeus, será como Sodoma e Gomorra, quando Deus as transtornou.
    
Deus por meio do profeta Isaías disse que os Medos transtornariam a Babilônia. Igualmente o profeta Daniel por inspiração divina disse que os Medos e Persas sucumbiriam diante do poder da Grécia. Dn. 8. 5-7 - Estando eu observando, eis que um bode vinha do ocidente sobre toda a terra, mas sem tocar no chão; este bode tinha um chifre notável entre os olhos; dirigiu-se ao carneiro que tinha os dois chifres, o qual eu tinha visto diante do rio; e correu contra ele com todo o seu furioso poder. Vi-o chegar perto do carneiro, e, enfurecido contra ele, o feriu e lhe quebrou os dois chifres, pois não havia força no carneiro para lhe resistir; e o bode o lançou por terra e o pisou aos pés, e não houve quem pudesse livrar o carneiro do poder dele.
  
Os versos 20-21 esclarecem as coisas: Aquele carneiro com dois chifres, que viste, são os reis da Média e da Pérsia; mas o bode peludo é o rei da Grécia; o chifre grande entre os olhos é o primeiro rei. A bíblia nos diz e a história confirma que o império grego após a morte do rei Alexandre se dividiu, perdendo com isso a sua força, dando lugar então ao império romano que por sua vez no ano 476 dC foi sucedido pelos povos que viviam ao seu derredor. Povos esses que atualmente conhecemos como o continente europeu, exatamente como predisse o profeta Daniel.

Dn. 7. 23 - Então, ele disse: O quarto animal será um quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços. Este quarto animal tem as mesmas características da besta de apocalipse 13. E tudo indica que representa o império romano. Antes mesmo de surgirem esses reinos, outros já atuaram no cenário mundial, entre eles o Egito e a Assíria.

O que todos eles indistintamente quiseram? Dominar sobre as nações, subjugar os seus semelhantes. E esta é a característica da besta, ter o domínio estar no comando. Na realidade a besta é uma representação do domínio e poderio humano, ou seja, é o sistema que rege os moradores da terra. Por isso a besta é retratada como um animal, o sistema humano de governo, impiedoso, injusto e perverso, em outras palavras é um sistema animal, destituído de espiritualidade. 

Continua...