Muito se
tem pesquisado, falado e escrito sobre a besta do apocalipse e também do número
do seu nome. E como não poderia ser diferente, várias são as visões e opiniões
que se tem obtido como resultado dessa "incessante pesquisa” e isso faz com que
não se tenha uma opinião formada sobre o assunto de quem seja, ou o que seja a
besta relatada no Capítulo 13 do livro do apocalipse.
A
opinião que se tem no meio religioso sobre quem é a besta é variada e entre
elas estão: o império romano, ou algum imperador específico, o sistema papal,
ou então alguém que surgirá no futuro, o qual eles dizem ser o anticristo e
pasmem, muitos dizem que é o próprio Diabo. Nota-se que para os religiosos a besta tem características religiosas. O objetivo desta abordagem não é de
maneira nenhuma definir como palavra final quem é, ou o que seja a besta e o
seu número, mais sim tentar desbravar um pouco mais este intrigante assunto.
Esta
consideração será baseada na interpretação chamada de paralelismo profético, ou
seja, a história, e a bíblia sendo sua própria interprete. A bíblia define a
palavra besta do mesmo modo que nós definimos. Um animal de carga, e é
exatamente isso que a bíblia nos diz. Is.
46.1 - Bel se encurva, Nebo se abaixa; os
ídolos são postos sobre os animais, sobre as bestas; as cargas que costumáveis
levar são canseira para as bestas já cansadas.
De igual
modo o livro do apocalipse diz, que a besta é um animal, e a palavra grega para
definir a besta no NT. É therion que significa um animal selvagem, ou uma besta selvagem. A besta de apocalipse treze é uma quimera, ou seja, uma aparência
de animal mesclado. Ap. 13.1-2 - Vi emergir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças e, sobre
os chifres, dez diademas e, sobre as cabeças, nomes de blasfêmia. A
besta que vi era semelhante a leopardo, com pés como de urso e boca como de
leão. E deu-lhe o dragão o seu poder, o seu trono e grande autoridade.
Além de
ter sete cabeças e dez chifres à besta é uma mescla de uma semelhança de
leopardo, urso e leão, veja bem, ela não se assemelha a um animal somente.
Outro fato interessante é que nos dias bíblicos as nações ímpias quando
subjugavam os outros povos e pela forma como agiam estas nações, foram muitas
das vezes consideradas como animais.
Por
exemplo: o império babilônico foi considerado no livro do profeta Jeremias como
leão ao levar Israel para cativeiro. Jr.
4.6-7 - Arvorai a bandeira rumo a Sião, fugi e
não vos detenhais; porque eu faço vir do Norte um mal, uma grande destruição. Já
um leão subiu da sua ramada, um destruidor das nações; ele já partiu, já deixou
o seu lugar para fazer da tua terra uma desolação, a fim de que as tuas cidades
sejam destruídas, e ninguém as habite.
Jr. 50. 17 - Cordeiro
desgarrado é Israel; os leões o afugentaram; primeiro, devorou-o o rei da
Assíria, e, por fim, Nabucodonosor o desossou. Já o profeta Ezequiel descreveu a ação dos babilônicos como
uma ave de rapina. Ez. 17.3 e 12 - Assim diz o Senhor
Deus: Uma grande águia, de grandes asas, de comprida plumagem, farta de penas
de várias cores, veio ao Líbano e levou a ponta de um cedro. Dize agora à casa
rebelde: Não sabeis o que significam estas coisas? Dize: Eis que veio o rei da
Babilônia a Jerusalém, e tomou o seu rei e os seus príncipes, e os levou
consigo para a Babilônia.
Percebemos
que os animais relatados no apocalipse 13 verso dois são idênticos aos animais
relatados no capítulo sete do livro do profeta Daniel. Dn. 7.2-4- Falou Daniel e disse: Eu estava
olhando, durante a minha visão da noite, e eis que os quatro ventos do céu
agitavam o mar Grande. Quatro animais, grandes, diferentes uns dos
outros, subiam do mar. O primeiro era como leão e tinha asas de águia; enquanto
eu olhava, foram-lhe arrancadas as asas, foi levantado da terra e posto em dois
pés, como homem; e lhe foi dada mente de homem.
Existe
uma relação muito forte entre o leão e a Babilônia, o leão alado era um símbolo
de babilônia. E na porta do templo dedicado a deusa Ishtar existia um leão. Não
só na porta, mas, grande parte da construção babilônica encontrava-se o leão alado impresso nos azulejos e tijolos.
Considerando
que o leão com asas de águia, representa a Babilônia, fica fácil identificar os
outros animais, basta reconhecer quem sucedeu a quem no cenário mundial. Is. 13.17-19 - Eis que eu despertarei contra eles os medos, que não farão caso de prata, nem
tampouco desejarão ouro. Os seus arcos matarão os jovens; eles não se
compadecerão do fruto do ventre; os seus olhos não pouparão as
crianças. Babilônia, a jóia dos reinos, glória e orgulho dos caldeus, será
como Sodoma e Gomorra, quando Deus as transtornou.
Deus por
meio do profeta Isaías disse que os Medos transtornariam a Babilônia.
Igualmente o profeta Daniel por inspiração divina disse que os Medos e Persas
sucumbiriam diante do poder da Grécia. Dn.
8. 5-7 - Estando eu observando, eis que um bode
vinha do ocidente sobre toda a terra, mas sem tocar no chão; este bode tinha um
chifre notável entre os olhos; dirigiu-se ao carneiro que tinha os dois
chifres, o qual eu tinha visto diante do rio; e correu contra ele com todo o
seu furioso poder. Vi-o chegar perto do carneiro, e, enfurecido contra ele, o
feriu e lhe quebrou os dois chifres, pois não havia força no carneiro para lhe
resistir; e o bode o lançou por terra e o pisou aos pés, e não houve quem
pudesse livrar o carneiro do poder dele.
Os versos
20-21 esclarecem as coisas: Aquele carneiro com dois
chifres, que viste, são os reis da Média e da Pérsia; mas o bode peludo é o rei
da Grécia; o chifre grande entre os olhos é o primeiro rei. A bíblia nos
diz e a história confirma que o império grego após a morte do rei Alexandre se
dividiu, perdendo com isso a sua força, dando lugar então ao império romano que
por sua vez no ano 476 dC foi sucedido pelos povos que viviam ao seu derredor.
Povos esses que atualmente conhecemos como o continente europeu, exatamente
como predisse o profeta Daniel.
Dn. 7. 23 - Então, ele disse:
O quarto animal será um quarto reino na terra, o qual será diferente de todos
os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços. Este quarto animal tem as mesmas características da besta
de apocalipse 13. E tudo indica que representa o império romano. Antes mesmo de
surgirem esses reinos, outros já atuaram no cenário mundial, entre eles o Egito
e a Assíria.
O que todos eles indistintamente quiseram? Dominar
sobre as nações, subjugar os seus semelhantes. E esta é a característica da
besta, ter o domínio estar no comando. Na realidade a besta é uma representação
do domínio e poderio humano, ou seja, é o sistema que rege os moradores da
terra. Por isso a besta é retratada como um animal, o sistema humano de governo, impiedoso, injusto e perverso, em outras palavras é um sistema animal, destituído de
espiritualidade.
Continua...