Quando
analisamos a teoria do livre arbítrio a luz da bíblia percebemos claramente que
ela apresenta várias lacunas que não podem ser preenchidas. As pessoas que
defendem o livre arbítrio querem que a vontade seja livre de qualquer
interferência externa, para que o livre arbítrio se torne uma realidade nada
poderá estimular ou causar a vontade.
Os defensores do livre arbítrio asseguram
que a vontade é auto causada, ou seja, ela causa a si mesma. O problema desse
argumento que ao dizerem que a vontade é auto causada os defensores do livre
arbítrio estão colocando os seus destinos nas “mãos” do acaso, (indeterminismo)
esse ponto de vista pode ser até relevante desde que não seja um ensinamento
cristão, se um humanista, um ateu ensinam tal teoria não iremos discutir.
Algo
que acontece inesperadamente ou casualmente não tem suporte dentro das
escrituras. Pv. 16.9 (O coração do homem
traça o seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os
passos.) Pv. 20.24 (Os passos do homem são dirigidos pelo Senhor; como, pois, poderá o homem entender o seu caminho?) Jr. 10.23 (Eu sei, ó Senhor, que não cabe
ao homem determinar o seu caminho, nem ao que caminha o dirigir os seus
passos.)
O livre arbítrio exige também que
nem mesmo o próprio Deus poderá intervir no livre arbítrio do homem, essa
teoria foi defendida até mesmo por Jonh Wesley que disse: “Nem Deus nem o
pecado podem limitar o livre arbítrio”. Outros ensinam que Deus quer salvar a
todos “usamos o livre arbítrio para querer ou não ser salvos”. Essa teoria é
muito pobre e desprovida de apoio bíblico, para provar isso vamos “lançar mão”
de um texto bíblico. Ef. 2.5 (E estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo,
pela graça sois salvos.)
A morte que o apostolo está dizendo se da na ordem espiritual, em outras
palavras Ele quer dizer que tais indivíduos são impossíveis de por si só irem a
Deus, a menos que o próprio Deus por meio de Cristo os “ressuscite”. Usando
apenas este verso bíblico pergunto: como alguém que está espiritualmente destituído de força ou poder, inativo, inoperante pode
aceitar ou rejeitar algo que Ele mesmo desconhece? Tal ressurreição espiritual
só começará a acontecer quando Deus passar a intervir na vida do indivíduo, mas
isso pode contrariar a definição dos defensores do livre arbítrio visto que
Eles argumentam que Deus não pode “atropelar” o livre arbítrio.
Se Deus não
pode “atropelar” o nosso livre arbítrio porque então todos os que acreditam na
teoria do livre arbítrio oram para que Deus atue para salvar determinada
pessoa? Desnecessário não? Ora se Deus não “atropela” o livre arbítrio ou não
causa a salvação, porque então orar para que Ele atue na vida de alguém? Na
realidade mesmo na vida física somos impossibilitados de fazer muitas coisas
que gostaríamos de fazer, isso nos leva a crer que não é pela força do querer
que alcançamos um objetivo. Não basta simplesmente escolher algo para ele se
tornar uma realidade. Lc. 12.25-26 (Qual de vós, por ansioso que esteja, pode
acrescentar um côvado ao curso da sua vida? Se, portanto, nada podeis fazer
quanto às coisas mínimas, por que andais ansiosos pelas outras?)
Fato é que
as pessoas atuam como “advogados” de Deus, dizem que somente o livre arbítrio
pode nos dar devidamente a responsabilidade por nossas ações. Mas como pode uma
pessoa ser responsável por um acontecimento do acaso? Eu posso ser responsável
por lançar uma moeda, visto que eu provoquei a queda da moeda, mas eu não posso
ser responsável por fazê-la cair de um lado ou de outro. Os que crêem no livre
arbítrio devem crer também que o teremos por toda a eternidade, em outras
palavras os salvos terão livre arbítrio, sendo assim a possibilidade de pecar
deve existir mesmo na eternidade, isso é incoerente com o plano de Deus.
Fato é
que se depender da escolha humana para a salvação, não haveria ninguém salvo,
portanto existe algo que não se encaixa, visto que Deus é plenamente soberano e
isso também para salvar o pecador, como pode então a sua soberania ser ofuscada
pelo livre arbítrio? Todos nós cremos (ou deveríamos crer) que Deus tem um
plano que está se desenrolando a despeito de qualquer coisa que pareça
contraditório, sendo assim será que Deus irá esperar que os homens tomem
decisões baseadas no livre arbítrio concernente a salvação? Deus precisa das
atividades humanas para escrever a história humana? Ou os homens estão
desenrolando e cumprindo os planos de Deus?
Se todos estávamos mortos isso
significa que o fato de Deus dar vida eterna para alguns é um ato de
misericórdia de sua parte. Alguns textos que falam da soberania de Deus. Jó. 9.12; Sl. 103.19; 135.6; Lm. 3.37-38; Is. 45.7;
Is. 46.9-10; Dn. 4.35. E quanto à responsabilidade do homem? Por
responsabilidade humana queremos dizer aquela do homem para com Deus por todas
as suas ações. O ensino da responsabilidade do homem é tão geral na Bíblia que não
precisa de citações da Escritura. Porém, Muitos dirão: mas, se Deus controla
todas as coisas logo o homem não tem responsabilidade pelos seus atos.
“responsabilidade” não significa liberdade, refere-se a ter obrigação de
prestas contas.
Em outras palavras, alguém ser moralmente responsável significa
que ele está moralmente obrigado a alguma pessoa ou padrão. A questão que se a
pessoa é livre ou não é irrelevante para a discussão. A única questão relevante
é se alguém que tem autoridade sobre essa pessoa decidiu considerá-la obrigada
a prestar contas. Visto que Deus governa sobre toda a humanidade, e ele decidiu
julgar todos os homens, isso significa que cada pessoa é moralmente
responsável, a despeito deles não serem livres. Deus estipulou padrões os quais
nós devemos respeitar. Is. 43.13; Rm. 9.20-23.