sexta-feira, 1 de março de 2013

Premissas infundadas.


Uma verdade doutrinária deve ser baseada em um raciocínio que resista as confrontações e objeções. A IASD. Utiliza-se de ao menos três premissas para dar suporte a ideologia que eles chamam de igreja verdadeira. Todas essas premissas estão baseadas em Apocalipse 14.6-12. As mensagens dos três anjos de Apocalipse 14 são altamente significativas para a Igreja Adventista do Sétimo dia. Nos primórdios do adventismo foi ensinado que as mensagens angélicas era um cumprimento profético de que Jesus voltaria em 1844, repare o que disse EGW:

(Em conformidade com o resto do mundo cristão, os adventistas admitiam, nesse tempo, que a Terra, ou alguma parte dela, era o santuário. Entendiam que a purificação do santuário fosse a purificação da Terra pelos fogos do último grande dia, e que ocorreria por ocasião do segundo advento. Daí a conclusão de que Cristo voltaria à Terra em 1844. GC. Pg. 409.
                                    
Esta é a primeira premissa, a volta de Cristo em 1844, como Jesus não retornou logo a primeira premissa é falsa. Naturalmente o que se podia esperar dos que ficaram decepcionados com o não surgimento de Jesus é que voltassem para as suas denominações, fato é que nem todos tiveram tal humildade, disseram que a profecia era verdadeira, mas algo estava errado. Concluíram então que o ano de 1844 não era o ano do retorno de Jesus, mas sim o início do período da pregação das mensagens dos três anjos de apocalipse 14 essa é a segunda premissa. Vejam o que disse EGW. Sobre isso:

(A Guilherme Miller e seus cooperadores coube a pregação desta advertência na América do Norte. Este país se tornou o centro da grande obra do advento. Foi aqui que a profecia da mensagem do primeiro anjo teve o cumprimento mais direto. Os escritos de Miller e seus companheiros foram levados a países distantes. Em todo o mundo, onde quer que houvessem penetrado missionários, para ali se enviaram as alegres novas da breve volta de Cristo. Por toda parte se propagou a mensagem do evangelho eterno: "Temei a Deus, e dai-Lhe glória; porque vinda é a hora do Seu juízo." GC. Pg. 368.)                      

(A mensagem do segundo anjo de Apocalipse, capítulo 14, foi primeiramente pregada no verão de 1844, e teve naquele tempo uma aplicação mais direta às igrejas dos Estados Unidos, onde a advertência do juízo tinha sido mais amplamente proclamada e em geral rejeitada, e onde a decadência das igrejas mais rápida havia sido. A mensagem do segundo anjo, porém, não alcançou o completo cumprimento em 1844.) GC Pg. 389. 

Como poderia uma mensagem que chegou a menos de um por cento da população do mundo, cumprir uma profecia que ordena que o evangelho seja pregado "a toda nação, tribo, língua e povo"? O movimento de 1844 não pode ter cumprido as mensagens dos primeiro e segundo anjos de Apocalipse 14, que descrevem uma mensagem mundial atingindo todas as nações, todas as línguas, e cada grupo étnico! Se não atingiram a população mundial a segunda premissa também cai por terra.

Sendo assim tiveram que mudar a retórica. O que é o Juízo da mensagem do primeiro anjo? Em 1844, os Milleritas proclamaram que a hora do juízo de Deus, como descrito em Apocalipse 14:7, tinha começado: “Temei a Deus e dai-lhe glória, porque vinda é a hora do seu juízo” O que eles entenderam ser este julgamento? Eles entenderam que seria o juízo de Deus sobre os ímpios. Esta é a única interpretação válida possível a partir do texto de Apocalipse 14.

Como eles poderiam continuar a reivindicar a mensagem do primeiro anjo como tendo sido pregada em 1844 se o juízo sobre os ímpios não aconteceu? A fim de explicar esse fracasso óbvio, eles elaboraram a teoria do juízo investigativo, que teve lugar no céu, não na terra. O juízo investigativo, ao invés de ser uma execução de justiça sobre os ímpios, prevê um processo judicial onde Deus pondera o destino de toda a alma e da uma decisão sobre cada caso. Esta é a terceira premissa.

A terceira premissa também não é verdadeira, pois a bíblia é clara em dizer que a salvação não é por etapas, somos ou não somos salvos, não existe avaliação no que concerne a salvação. Ademais esta "sala de audiência" ou sala de investigação não é encontrada em qualquer lugar em Apocalipse 14. E nem mesmo na bíblia. No entanto, os adventistas adotaram esse ensino, porque, mesmo que ele viole o contexto da passagem, permitiu-lhes ter um "julgamento" com início em 1844 e, ao mesmo tempo, permitindo-lhes continuar reivindicando que as mensagens dos dois primeiros anjos foram dadas por eles.

É impossível para uma pessoa se sentar com a sua Bíblia, em Apocalipse 14, e chegar a um juízo investigativo. Leia as seguintes citações e pergunte a si mesmo: A terceira premissa igualmente é falsa, será que esses versículos descrevem um juízo investigativo do justo ou eles descrevem a execução de uma sentença sobre os pecadores? Ap. 14. 10 "beber do vinho da ira" "cálice da sua ira" "será atormentado com fogo e enxofre" Aqui não está se falando de justo, mas de condenado.

Ap. 14.11 "A fumaça do seu tormento subirá" Não é juízo investigativo que ocorre neste verso, mas sim executivo. Ap. 14.19-20 "lançou-a no grande lagar da ira de Deus" "lagar foi pisado "saiu sangue do lagar" Estão estes versos tratando do juízo investigativo? O fato de que Apocalipse 14 está descrevendo um julgamento sobre os ímpios. Vemos então que as premissas alegadas pelos adventistas têm como intuito em camuflar ou dar consistência ao rótulo de denominação verdadeira, porém vê-se claramente que tudo não passa de ensinamentos vazios, em outras palavras estão forçando a barra.