A Ceia
do Senhor ou santa ceia é uma ordenança bíblica assim como é o batismo. A ceia
foi instituída por Cristo na véspera de Sua traição e crucificação. E por
inspiração, Paulo o apostolo indicou que ela deve ser observada até Sua volta. (Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais
a morte do Senhor, até que ele venha.) 1ª Co. 11.26.
Esta foi
a ideia inicial da igreja, com simplicidade partir o pão, com o objetivo de
reunir os irmão e testemunhar da morte, ressurreição e retorno de Jesus a
terra. Porém, alguns querendo espiritualizar aquilo que deve ser entendido de
uma forma literal disseram que o pão era o próprio corpo de Cristo
materializado.
E no Concílio
de Trento, realizado de 1545 a 1563 pela igreja católica confirmou-se
a presença de Cristo na Eucaristia, o qual tem o nome de Transubstanciação que
é a conjunção de duas palavras latinas: trans (além)
e substantia (substância) que para a igreja católica significa a
mudança da substância do pão e do vinho na substância do Corpo e sangue
de Jesus Cristo no ato da consagração.
Isto
significa que esta doutrina defende e acredita na presença real de Cristo
na Eucaristia. Algo ensinado pela tradição, haja vista, que não existe um
texto bíblico sequer que aponte para a transubstanciação, e se não existe tal
ensinamento nas escrituras, como crer então?
Dentro
do protestantismo existe uma diferença de opiniões a respeito deste
ensinamento, Lutero tinha a Ceia do Senhor como essência ou
substância do Corpo e do Sangue de Cristo e não a transformação no mesmo. A
essa forma de entendimento dá-se o nome de "consubstanciação" ou
união sacramental.
Na visão
do reformador Ulrico Zuínglio, a ceia é a lembrança do sacrifício de
Cristo - essa posição é chamada de "memorialismo". A proposta
de Calvino, em oposição a Lutero e Zuínglio, era que na ceia ocorria à
presença de Jesus, não nos elementos, mas espiritualmente e posteriormente
comunicada aos comungantes. A essa forma de entendimento dá-se o nome de
"presença espiritual".
Como
ensinou Calvino, a presença espiritual de Cristo é uma realidade na ceia, mas
Zuínglio acertadamente ensinou que a ceia é algo comemorativo. "A Igreja Católica
ensina a seus seguidores que, no momento em que o sacerdote, na Missa,
pronuncia as palavras de consagração do pão e do vinho, estes mudam no corpo e
sangue de Cristo."
Para dar
suporte a este ensinamento apelam os católicos para as palavras de Jesus em
João 6.48-51 e 54. E a transformam em algo literal, entendem assim pelo fato de
ter Jesus dito: "A menos que comais a carne do Filho do homem e bebais o
Seu sangue, não tendes vida em vós mesmos." Jo. 6.53. No verso 63 Ele
plenamente indicou que Ele falara figurativamente nos versos precedentes. Segundo,
eles supõem, contrario ao texto, que Jesus aludia à nossa participação dEle na
Eucaristia assim chamada. O verso quarenta e sete mostra que participamos dEle
pela fé.
Como
vimos à ceia é uma comemoração da morte do Senhor. Jesus disse: "Fazei
isto em memória de mim.”1ª Co. 11.24. A Ceia do Senhor vem nos mostrar à morte
expiatória de Cristo. Jesus também disse: "Todas as vezes que comerdes
este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor até que Ele
venha." 1ª Co. 11.26. De modo que a Ceia é uma instituição comemorativa.
A ceia
também é um lembrete de que Jesus nos prometeu que irá voltar. Notamos as
palavras: "Proclamais a morte do Senhor até que Ele venha." Assim,
todas as vezes que se observa a ordenança somos lembrados que estamos
observando por causa da ausência da presença corporal de Cristo e que algum dia
o simbólico dará lugar ao literal.
Quando
de uma forma simbólica nos alimentamos de Cristo estamos dando testemunho que
cremos nEle. Já frisamos que a nossa alimentação de Cristo não é literal.
Participamos dEle pela fé e assim somos salvos. Trás a memória aos cristãos que
precisamos constantemente alimentar-mos de Cristo e isso através de sua
palavra. A repetição desta ordenança manifesta que a fé pela qual participamos
de Cristo, não é meramente uma coisa momentânea, mas contínua, pela qual a alma
é sustentada constantemente.
A ceia
também representa ou é sinal da nova aliança, como somos sabedores todos os
grandes pactos que são representados na bíblia traziam consigo um sinal, e a
nova aliança não é diferente. Mc. 14.22-24. A ceia do Senhor é um sinal que somos devedores a nova aliança e não a antiga. Outro fato interessante é que o
próprio Jesus disse que a nova aliança será para muitos e não para todos.