Hb. 7.12 (Pois, quando se muda o sacerdócio necessariamente há também mudança de
lei.) A palavra lei neste verso é nomos e quer dizer: qualquer coisa estabelecida, qualquer coisa recebida pelo uso, costume,
lei, comando de qualquer lei, uma lei ou regra que produz um estado aprovado
por Deus.
Pois
bem, nesta passagem a bíblia não classifica que tipo de lei foi mudado, nem
tampouco destaca que foi a lei cerimonial, o que ela destaca é que o sacerdócio
Levítico foi mudado ou retirado. Baseado nesta informação devemos analisar, que
tipo de lei era administrada pelo sacerdócio Levítico? Os sabatistas
responderão com ênfase: as leis cerimoniais. Alegam que pelo fato da bíblia
dizer sacerdotes naturalmente leva à mente do investigador às leis de
holocaustos, de purificação e etc.
Porém a
bíblia vai além, descreve que juntamente com a mudança do sacerdócio mudou-se
também a aliança ou concerto em outras traduções. Não podemos negar o fato de
que toda a lei encontrada no antigo testamento inclusive os dez mandamentos
estavam inseridos dentro do antigo concerto ou aliança. Fato é que quando os
sabatistas querem fazer proselitismo destacam que o sábado está integrado
dentro do decálogo e que o decálogo está integrado dentro do antigo concerto,
mas a bíblia destaca também que o antigo concerto foi abolido por isso mudou-se
o sacerdócio.
Vejam só
como os dez mandamentos estavam integrados no antigo concerto Ex. 34.27-28 (Disse mais o Senhor a Moisés:
Escreve estas palavras, porque, segundo o teor destas palavras, fiz aliança
contigo e com Israel. E, ali, esteve com o Senhor
quarenta dias e quarenta noites; não comeu pão, nem bebeu água; e escreveu nas
tábuas as palavras da aliança, as dez palavras.) Dt. 4.12-13 (Então, o Senhor vos falou do meio do fogo; a voz
das palavras ouvistes; porém, além da voz, não vistes aparência nenhuma. Então,
vos anunciou ele a sua aliança, que vos prescreveu, os dez mandamentos, e os
escreveu em duas tábuas de pedra.)
Muitos
outros textos testificam que a lei ou mais propriamente os dez mandamentos eram
à base da antiga aliança, o autor do livro aos hebreus nos diz mais, Hb. 8.6-7 (Agora, com efeito, obteve Jesus
ministério tanto mais excelente, quanto é ele também Mediador de superior
aliança instituída com base em superiores promessas. Porque, se aquela primeira
aliança tivesse sido sem defeito, de maneira alguma estaria sendo buscado lugar
para uma segunda.)
Mais
claro que isso impossível, não resta à menor dúvida de que a antiga aliança foi
substituída, mas muitos irão objetar dizendo: o que foi abolido foi o antigo
concerto, não a lei. Vimos, no entanto que a lei foi uma parte inseparável do
antigo concerto, como disse também, a lei como um todo era a base do antigo
concerto, sendo assim os termos lei, aliança concerto, pacto e testamento são
usados de modo intercambiáveis. Portanto, a lei e a aliança são paralelas umas
a outra, 2 Rs. 18.12 (Porquanto não obedeceram à voz do Senhor,
seu Deus; antes, violaram a sua aliança e tudo quanto Moisés, servo do Senhor, tinha ordenado; não o ouviram,
nem o fizeram.)
Sl. 78.10 (Não guardaram a
aliança de Deus, não quiseram andar na sua lei.) É praxe entre os sabatistas; destacam
eles que a nova aliança é continuidade da antiga, não uma nova aliança. Mas, percebemos que a bíblia descreve
duas questões importantes, (1) o verso diz: nova, não continuidade, (2) é
destacado com enfase que a antiga aliança foi abolida. Mt. 26.28 (Porque isto é o
meu sangue, o sangue da [nova] aliança, derramado em favor de muitos, para
remissão de pecados.) 2 Co. 3.6 (O qual nos habilitou para sermos ministros
de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o
espírito vivifica.) Hb. 8.13 (Quando ele diz Nova, torna antiquada a
primeira. Ora, aquilo que se torna antiquado e envelhecido está prestes a
desaparecer.)
Ora,
aquilo que estava prestes a desaparecer no início do primeiro século não pôde
dar continuidade. Além da segunda carta aos Coríntios, a carta aos hebreus
descreve com nitidez o fato de que a antiga aliança como um todo foi abolida e
consequentemente introduzida outra de superior promessa, Hb. 8.6 (Agora, com efeito, obteve Jesus
ministério tanto mais excelente, quanto é ele também Mediador de superior
aliança instituída com base em superiores promessas.)
A promessa consiste no fato de que a salvação do crente
não seria alcançada por meio de obras, ou seja as obras do crente seria na
verdade uma consequência da operação da nova aliança no seu coração, esta é a
promessa de Deus para a nova aliança, Hb.
10.16-17 (Esta é a aliança que farei
com eles, depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei no seu coração as minhas
leis e sobre a sua mente as inscreverei, acrescenta: Também de nenhum modo me lembrarei dos seus pecados e das suas iniquidades,
para sempre.)
Os
sabatistas reagem dizendo: ora, que contradição, o texto não apóia a idéia da
continuidade da lei agora no coração? Verdade, diz mesmo, mas devemos agir com
prudência. Lembremo-nos de que toda a antiga aliança era interligada, ou seja, a
lei não sobrevive sem o sacerdócio nem o sacerdócio sobrevive sem a aliança nem
o pacto sobrevive sem a lei. Também é destacado pelos escritores bíblicos que
foi introduzido uma nova aliança por isso a antiga deve ser eliminada. Fato é
que Deus introduziu a lei na mente dos crentes, seria certo então admitir que o
sábado estivesse neste conjunto?
Bem,
creio que para os judeus sim, pelo fato de Deus ter feito a primeira aliança
com eles. Mas, por outro lado também ficaria difícil dizer para um judeu que
ele não necessitava mais oferecer holocaustos, ou mesmo observar as luas novas,
e tantas outras ordenanças encontradas na antiga aliança, isso pelo fato de um
judeu reconhecer que não existe uma divisão na lei. A antiga aliança não foi
apenas passada de forma oral, o antigo testamento nos comprova que de forma
escrita os judeus tinham acesso à aliança.
De igual
modo assim é a nova aliança, não a temos apenas de forma oral, mas sim de forma
escrita, sendo assim fica fácil pesquisar e ver o que está escrito, com o
intuito de deparar o que a nova aliança exige do crente. Vemos a lei na nova
aliança? Sim vemos. Vemos a lei como sendo a norma de salvação como se dava na
antiga aliança? Não, não vemos. Vemos o sábado como sendo um mandamento
obrigatório e dependente para a salvação? Também não vemos. Isso também é fato.
A lei de
Deus que foi posta no coração dos crentes na nova aliança é uma lei moral natural
objetiva, e tais deveres e valores morais não podem e não estão baseados em:
preferências pessoais, convenções sociais (isso inclui certas denominações) ou
mesmo a evolução. A promessa bíblica é que a lei de Deus seria implantada no
coração do crente e que a sua obediência cresceria na conversão e consequentemente
alcançará o seu ápice na santificação. Naturalmente nem todos respondem de
maneira positiva ao evangelho, isso é natural, visto que nem todos serão
salvos. A lei na nova aliança é espiritual, moral e vai além de estar escrito
nas tábuas de pedra. Ela deve estar no coração e ser sem cerimônias e
independente do sacerdócio Levítico e suas ordenações recebidas da antiga
aliança.
Evandro.
Evandro.