segunda-feira, 14 de julho de 2014

Futebol, ídolos e inversão de valores...

Devo admitir que aprecio o esporte, entre eles o automobilismo (F1) e o futebol. Nada contra em apreciar uma partida de futebol. Não posso negar, contudo que exista alguma inversão de valores, por exemplo: o que significa o futebol, é ele algo de grande importância? Ora, acredito que o futebol é algo menos importante dentre aqueles menos importantes, isso no que diz respeito a sua necessidade para a manutenção da vida.

Não se pode negar o fato de que principalmente a mídia televisiva tem trabalhado bastante com o intuito em cauterizar na mente dos telespectadores que o futebol seja a coisa mais importante na vida de uma pessoa. Não precisa ser um expert no assunto para saber que o povo aderiu à idéia de que alguns atletas são os seus deuses, e que o seu time do coração é a sua religião. Naturalmente a mídia televisiva percebendo a carência espiritual e emocional do povo explora com todas as suas forças com o objetivo de divulgar a sua propaganda, criar o seu comercio e manter em dia os seus altos salários. Para isso é necessário estimular e propagar o fanatismo.

Não acredito que sem o fanatismo do futebol as coisas seriam melhores, não neste mundo, isso pelo fato de... (Mas os homens perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados.) 2 Tm. 3.13. A inversão de valores que citei se dá quando alguém ou mesmo uma nação chega ao extremo em chorar perante os atletas perdedores, mas não se comove tanto com a desigualdade social que grassa e assola o seu país. A inversão de valores se dá quando em campo de futebol a multidão extasiada canta aos prantos o hino nacional, ao passo que contra as mazelas que assolam o seu país, poucos levantam a voz.

A inversão de valores acontece quando um povo chora e lamenta por um órgão riquíssimo que de fato não lhe pertence, mas este mesmo povo raras vezes lamenta o infortúnio do pobre desprovido. A inversão de valores se dá quando uma nação afirma ser um só povo, mas somente para torcer por um órgão, que diz lhe representar, a despeito de não mover uma palha sequer em favor da nação. A inversão de valores continua, quando o órgão que diz lhe representar nada faz de concreto para o país. O que se ganha e o que se perde quando o time de futebol vence ou é derrotado? O povo, nada! 

A inversão de valores se dá quando como deuses os ídolos do povo são aclamados e cercados de jornalistas e fotógrafos do mundo inteiro, mas o cidadão trabalhador que com empenho que como artista e muitas das vezes com risco de morte desempenha a sua tarefa, de manhã à noite para verdadeiramente ajudar a progredir o seu país... Este não é lembrado. O que dizer do salário do trabalhador comparado com os dos ídolos do povo? São valores corretos ou invertidos? Pobre mundo, onde o povo destituído de saber, como maré é empurrado de um lado a outro.

Como disse acima, não sou contra a prática do esporte, ao contrário, sou espectador do mesmo. Só não participo do feitiço das massas, acredito que o esporte deva ser visto como uma diversão, não como uma questão de patriotismo, algo que realmente não é. O patriotismo só acontece quando o povo e governo querem em um  todo ver o país realmente prosperar, não se pode admitir um país que seja patriota apenas no futebol. Esta postagem não tem como intuito ser contra a prática do esporte, mas sim contra as inversões de valores, Jo. 17.14 (Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu não sou.)

O objetivo principal deste assunto apesar de ter demonstrado a inversão de valores o foco principal não são elas, sabemos que o mundo irá de mal a pior, portanto nada podemos fazer para alterá-lo ou sará-lo. O enfoque principal que devemos dar está na questão da mídia manipuladora, ou mesmo na emoção das massas, Jesus mesmo nos disse,  Mc. 14.38 (Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.) Naturalmente não era este tipo de tentação que Jesus se referia, mas tentação é tentação, seja ela qual for.

Muitos dirão: não vejo problema algum em torcer para o meu time. Lógico que não mas, qual é o divisor entre torcer e ser fanático? Saberemos separá-lo? Existem várias razões para evitarmos o fanatismo e dentre elas estão: (1) não podemos como crentes criar deuses para nós Sl. 96.5 (Porque todos os deuses dos povos não passam de ídolos; o Senhor, porém, fez os céus.) (2) não se é espiritual quando não se é racional Rm. 12.1 (Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.)

(3) O fanatismo apela para a emoção e destrói a razão e a justiça, um país de fanático é um país desequilibrado, desestruturado e, portanto caótico. (4) O fanatismo apela para as emoções que nos levarão de acordo com o mundo e suas práticas desiguais, no que tange a questão social completamente desestruturada. E na questão espiritual nos empurrará para as práticas mundanas desaprovadas por Deus, 1.Jo. 2.15 (Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele.)

Se o amor de Deus não está em nós é uma prova de que somos do mundo e fazemos a sua vontade; para nós os que cremos qual é a diferença entre fazer a vontade de Deus e a vontade do mundo ou da carne? 1.Jo. 2.17 (Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente.) (5) Quando seguimos as massas somos tendentes em seguir as suas reivindicações, portanto iremos sustentar o marketing, o apelo à moda e a propaganda, nos tornando assim escravos do sistema.

Assim como a bíblia nos adverte a não amarmos as práticas mundanas por elas serem destituídas de justiça e misericórdia, não podemos dar vazão a carne Tito 3.3 (Pois nós também, outrora, éramos néscios, desobedientes, desgarrados, escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros.)

Nós que não vivemos do esporte devemos apenas considerá-lo como tal, nada além. Apreciado apenas para lazer, não como uma religião, não como um estilo de vida, não devemos tê-lo como algo primordial, ao contrário, lembremo-nos também que os atletas e esportistas em geral são apenas seres humanos, não são deuses, a despeito da mídia insistir e propagar que são. Devemos amar o nosso país, não com uma mentalidade de massa, sendo empurrado por falta de racionalidade e excesso de emoção. O patriotismo não se resume em lágrimas de entretenimento, mas em ação, em cidadania, em cooperação mútua,  buscando com isso educar o povo, para somente assim termos um crescimento justo da nação, mesmo sabendo que justiça e equidade não serão encontradas plenamente neste sistema que ora opera. 2. Pe. 3.13 ( Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça.)

Evandro.