sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Adão, um personagem histórico.

Atualmente existe uma disposição muito grande, mesmo por parte dos religiosos para assumirem que o personagem bíblico chamado Adão se trate apenas de uma figura mitológica, isso pelo fato de que a narrativa do livro do Gênesis trás no seu conteúdo a assertiva de que a serpente era um animal falante.

É por assumirem que as declarações iniciais de Gênesis é mitológica significa então que nunca houve um Adão e nem uma Eva. O fato de assumirem que os personagens Adão e Eva e os elementos que preenche a história tais como: serpente falante, árvore do conhecimento do bem e do mal fazem com que a verdade inicial da bíblia se torne apenas uma verdade moral retratada num símbolo. É o mito apontando para a realidade.

Gn. 3.1 “Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos que o Senhor Deus tinha feito, disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?” Apesar de a bíblia dizer que nos seus primórdios a serpente era um animal falante, não deve ser apoio para ninguém duvidar de que ela não esteja tratando de uma literalidade.

O fato de não vermos nenhuma serpente falante na atualidade, não significa que elas nunca falaram. É claro que certos acontecimentos distantes nos causam estranheza, acredito que para Adão e Eva seria mais estranho ver uma serpente rastejando e muda. Assim como seria muito estranho para eles e seus descendentes próximos verem pessoas que não acreditam em Deus, por exemplo.

Gn. 3.14 Então, o Senhor Deus disse à serpente: Visto que isso fizeste, maldita és entre todos os animais domésticos e o és entre todos os animais selváticos; rastejarás sobre o teu ventre e comerás pó todos os dias da tua vida.”  Fica entendido pelo verso que o pó não era o “alimento predileto” da serpente e que muito menos ela rastejava sobre a terra. Gn. 2.16-17 “E o Senhor Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.”

Este outro elemento considerado mitológico, no caso a árvore da ciência do bem e do mal, não tem nenhum motivo para ser compreendido como sendo um mito, ao invés de uma verdade histórica. Deus tem todo o direito de usar o elemento que quiser para fazer um teste de obediência com suas criaturas, mas é claro que por ser racional e lógico Ele Deus utilizou com Adão os meios conhecido e acessível ao homem. Oséias. 6.7 Mas eles transgrediram a aliança, como Adão; eles se portaram aleivosamente contra mim.”

O profeta destaca duas coisas importantes, (1) diz que a árvore não era um mito, mas confirma que ela era um meio acessível ao homem o qual Deus poderia utilizar para prová-lo. A palavra transgressão neste verso é passar por cima. A comparação que Deus faz entre Adão e Israel nos dias de Oséias é que ambos foram infiéis no trato com Deus.  Em síntese, a árvore não continha nenhuma mágica, nenhum poder milagroso, era apenas um objeto de teste. (2) Oséias compartilhava o ensinamento judaico que assegura a literalidade de Adão e sua historicidade.

Essas questões que estão sendo tratadas não apoiam um mito, são apenas mal utilizadas no seu devido contexto. Os defensores do mito asseguram que apesar do jardim do Éden ser localizado geograficamente e que dele saía alguns rios literais e existentes ainda na atualidade não assegura que o relato seja histórico isso dizem eles pelo fato de algumas parábolas de Jesus trazer localizações geográficas mas nem por isso as consideramos um acontecimento histórico Gn 2.10 e 14 “E saía um rio do Éden para regar o jardim e dali se dividia, repartindo-se em quatro braços.” “O nome do terceiro rio é Tigre; é o que corre pelo oriente da Assíria. E o quarto é o Eufrates.”

A julgar pelo relato bíblico podemos acreditar que o jardim estava situado em um ponto geográfico, a bíblia diz que ele estava localizado no Éden. Aqui nós não podemos entender a localização do jardim como um meio elaborado para se explicar uma parábola, os rios que saiam do jardim são literais, o local Éden é literal. Por que não devemos entender o jardim e seus acontecimentos como sendo algo literal?  

Quando entendemos a questão do mito defendido por ateus, não podemos levar em consideração, mas em se tratando de “cristãos” fica complicado, pelo fato de que tal argumento joga por terra toda a questão envolvida no livro de Gênesis, tais como a criação atribuída pelo poder de Deus, a genealogia os relatos históricos sucedidos, bem como a questão do dilúvio, em suma, tais defensores que se intitulam cristãos estão na verdade trabalhando contra os ensinamentos da bíblia.

Um dos argumentos válidos que contribuem para solidificar o relato do Adão histórico é a genealogia hebraica. Gn. 5.1 “Este é o livro da genealogia de Adão. No dia em que Deus criou o homem, à semelhança de Deus o fez.”  Falando sobre a genealogia de Jesus Lucas descreve que Ele Jesus veio de Adão, Lc. 3.38Cainã, filho de Enos, Enos, filho de Sete, e este, filho de Adão, filho de Deus.”

E é sabido por todos que diferentemente dos povos vizinhos, Israel zelava e prezava muito a questão genealógica; duvido que eles iriam misturar personagens fictícios com homens reais e assim mancharem a sua história. Quando defendo a literalidade de Adão estou defendendo a realidade da criação, a bíblia diz que Deus falou e tudo se fez, logo quando se defende  que a história de Adão é um mito, também entenderão que o relato da criação é fictício, eis o perigo.

Quando não se acredita no Adão terreal não se acredita no Adão espiritual 1ª Co. 15.45 “Pois assim está escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente. O último Adão, porém, é espírito vivificante.” Paulo está traçando um paralelo entre Adão e Cristo, se Adão de fato não existiu, logo Ele não caiu, e se não caiu, não existe queda e se não existe queda, não precisamos de alguém que nos erga. Portanto, a literalidade de Adão é essencial para o cristianismo.

Existe muito mais argumentos que favorece a realidade dos capítulos iniciais da bíblia, por exemplo: Mc. 10.6-8 “Porém, desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher. Por isso, deixará o homem a seu pai e mãe [e unir-se-á a sua mulher], e, com sua mulher, serão os dois uma só carne. De modo que já não são dois, mas uma só carne.”  O que vejo no entanto, é o homem moderno seguindo os seus instintos carnais, revoltados contra Deus que através de sua palavra tende toldar a tendencia pecaminosa e botá-la em relevo. E isso independente se dizem ser ou não religiosos, essa é a tendência.

Se lutam contra a literalidade da queda o intuito escondido é para aniquilar ainda que mentalmente a condenação que lhes pesa, o homem quer ser livre, ainda que a liberdade ou libertinagem seja conseguida por meio da anulação da palavra de Deus.