Atualmente
existe uma disposição muito grande, mesmo por parte dos religiosos para
assumirem que o personagem bíblico chamado Adão se trate apenas de uma figura
mitológica, isso pelo fato de que a narrativa do livro do Gênesis trás no seu
conteúdo a assertiva de que a serpente era um animal falante.
É por assumirem que as declarações iniciais de Gênesis é
mitológica significa então que nunca houve um Adão
e nem uma Eva. O fato de assumirem que os personagens Adão e Eva e os elementos
que preenche a história tais como: serpente falante, árvore do conhecimento do
bem e do mal fazem com que a verdade inicial da bíblia se torne apenas uma
verdade moral retratada num símbolo. É o mito apontando para a realidade.
Gn. 3.1 “Mas a serpente,
mais sagaz que todos os animais selváticos que o Senhor Deus tinha feito, disse à mulher: É assim que Deus
disse: Não comereis de toda árvore do jardim?” Apesar de a bíblia
dizer que nos seus primórdios a serpente era um animal falante, não deve ser
apoio para ninguém duvidar de que ela não esteja tratando de uma literalidade.
O fato
de não vermos nenhuma serpente falante na atualidade, não significa que elas
nunca falaram. É claro que certos acontecimentos distantes nos causam
estranheza, acredito que para Adão e Eva seria mais estranho ver uma serpente
rastejando e muda. Assim como seria muito estranho para eles e seus
descendentes próximos verem pessoas que não acreditam em Deus, por exemplo.
Gn. 3.14 “Então, o Senhor Deus disse à serpente: Visto que
isso fizeste, maldita és entre todos os animais domésticos e o és entre todos
os animais selváticos; rastejarás sobre o teu ventre e comerás pó todos os dias
da tua vida.” Fica entendido pelo verso que o pó
não era o “alimento predileto” da serpente e que muito menos ela rastejava
sobre a terra. Gn. 2.16-17 “E o Senhor
Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da
árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela
comeres, certamente morrerás.”
Este
outro elemento considerado mitológico, no caso a árvore da ciência do bem e do
mal, não tem nenhum motivo para ser compreendido como sendo um mito, ao invés
de uma verdade histórica. Deus tem todo o direito de usar o elemento que quiser
para fazer um teste de obediência com suas criaturas, mas é claro que por ser
racional e lógico Ele Deus utilizou com Adão os meios conhecido e acessível ao
homem. Oséias. 6.7 “Mas eles
transgrediram a aliança, como Adão; eles se portaram aleivosamente contra mim.”
O profeta destaca duas coisas importantes, (1) diz que a
árvore não era um mito, mas confirma que ela era um meio acessível ao homem o
qual Deus poderia utilizar para prová-lo. A palavra transgressão neste verso é
passar por cima. A comparação que Deus faz entre Adão e Israel nos dias de
Oséias é que ambos foram infiéis no trato com Deus. Em síntese, a árvore não continha nenhuma
mágica, nenhum poder milagroso, era apenas um objeto de teste. (2) Oséias
compartilhava o ensinamento judaico que assegura a literalidade de Adão e sua
historicidade.
Essas questões que estão sendo tratadas não apoiam um
mito, são apenas mal utilizadas no seu devido contexto. Os defensores do mito
asseguram que apesar do jardim do Éden ser localizado geograficamente e que
dele saía alguns rios literais e existentes ainda na atualidade não assegura
que o relato seja histórico isso dizem eles pelo fato de algumas parábolas de
Jesus trazer localizações geográficas mas nem por isso as consideramos um
acontecimento histórico Gn 2.10 e 14
“E saía um rio do Éden para regar o
jardim e dali se dividia, repartindo-se em quatro braços.” “O nome do terceiro
rio é Tigre; é o que corre pelo oriente da Assíria. E o quarto é o Eufrates.”
A julgar pelo relato bíblico podemos acreditar que o
jardim estava situado em um ponto geográfico, a bíblia diz que ele estava
localizado no Éden. Aqui nós não podemos entender a localização do jardim como
um meio elaborado para se explicar uma parábola, os rios que saiam do jardim são
literais, o local Éden é literal. Por que não devemos entender o jardim e seus
acontecimentos como sendo algo literal?
Quando entendemos a questão do mito defendido por ateus,
não podemos levar em consideração, mas em se tratando de “cristãos” fica
complicado, pelo fato de que tal argumento joga por terra toda a questão
envolvida no livro de Gênesis, tais como a criação atribuída pelo poder de
Deus, a genealogia os relatos históricos sucedidos, bem como a questão do
dilúvio, em suma, tais defensores que se intitulam cristãos estão na verdade
trabalhando contra os ensinamentos da bíblia.
Um dos argumentos válidos que contribuem para solidificar
o relato do Adão histórico é a genealogia hebraica. Gn. 5.1 “Este é o livro da
genealogia de Adão. No dia em
que Deus criou o homem, à semelhança de Deus o fez.” Falando sobre a genealogia de Jesus Lucas
descreve que Ele Jesus veio de Adão, Lc.
3.38 “Cainã, filho de Enos, Enos,
filho de Sete, e este, filho de Adão, filho de Deus.”
E é sabido por todos que diferentemente dos povos
vizinhos, Israel zelava e prezava muito a questão genealógica; duvido que eles
iriam misturar personagens fictícios com homens reais e assim mancharem a sua
história. Quando defendo a literalidade de Adão estou defendendo a realidade da
criação, a bíblia diz que Deus falou e tudo se fez, logo quando se defende que a história de Adão é um mito, também
entenderão que o relato da criação é fictício, eis o perigo.
Quando não se acredita no Adão terreal não se acredita no
Adão espiritual 1ª Co. 15.45 “Pois assim está escrito: O primeiro homem,
Adão, foi feito alma vivente. O último Adão, porém, é espírito vivificante.”
Paulo está traçando um paralelo entre Adão e Cristo, se Adão de fato não
existiu, logo Ele não caiu, e se não caiu, não existe queda e se não existe
queda, não precisamos de alguém que nos erga. Portanto, a literalidade de Adão
é essencial para o cristianismo.
Existe muito mais argumentos que favorece a realidade dos
capítulos iniciais da bíblia, por exemplo: Mc.
10.6-8 “Porém, desde o princípio da
criação, Deus os fez homem e mulher. Por isso, deixará o homem a seu pai e mãe
[e unir-se-á a sua mulher], e, com sua mulher, serão os dois uma só carne. De
modo que já não são dois, mas uma só carne.” O que vejo no entanto, é o homem moderno
seguindo os seus instintos carnais, revoltados contra Deus que através de sua
palavra tende toldar a tendencia pecaminosa e botá-la em relevo. E isso
independente se dizem ser ou não religiosos, essa é a tendência.
Se lutam contra a literalidade da queda o intuito
escondido é para aniquilar ainda que mentalmente a condenação que lhes pesa, o
homem quer ser livre, ainda que a liberdade ou libertinagem seja conseguida por
meio da anulação da palavra de Deus.