sexta-feira, 3 de abril de 2015

O diabo, uma personificação da natureza humana pecadora.

Mt. 4.1 “A seguir, foi Jesus levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo.” O objetivo da ida de Jesus ao deserto foi para o seu aperfeiçoamento espiritual, enganam-se aqueles que acreditam que Jesus tinha uma natureza que de qualquer forma o livraria de pecar. Será que o “diabo” foi um colaborador de Cristo no que corresponde o seu aperfeiçoamento? Ou a guerra de Jesus era contra a sua natureza? Hb. 5.7-9 “Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte e tendo sido ouvido por causa da sua piedade, embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem.”  

Nos dias de sua carne; significa os dias que Jesus esteve na terra, diz também que ele aprendeu a obediência demonstrando que Jesus tinha uma natureza semelhante a nossa. Logo também nos é dito que ele foi aperfeiçoado, ora, alguém só é aperfeiçoado quando não dispõe de tal perfeição, portanto Jesus precisou sim vencer a sua própria natureza. E tal vitória começou a acontecer quando ele venceu o diabo isto é a carne, a tendência humana.

A primeira menção da palavra "diabo" no Novo Testamento é encontrada no relato da tentação de Cristo. Somos capazes de encontrar neste relato algo semelhante com a história do Éden? A resposta é uma afirmação. Lendo cuidadosamente somos capazes de discernir o padrão da tentação do Éden, porém deve ser destacado um resultado diferente, porque Jesus resistiu onde Adão e Eva sucumbiram isso aconteceu porque Jesus manteve a palavra de Deus e desprezou as lisonjas da tentação que vieram sobre ele.

Cristo tinha estado no deserto quarenta dias e quarenta noites, e depois teve fome. Foi então que ele sofreu a tentação. Mt. 4.3 “Então, o tentador, aproximando-se, lhe disse: Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães.” Outra comparação que podemos fazer é compararmos a tentação que sobreveio aos israelitas no deserto, Ex. 19.1 “No terceiro mês da saída dos filhos de Israel da terra do Egito, no primeiro dia desse mês, vieram ao deserto do Sinai.” Mt. 4.1 “A seguir, foi Jesus levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo.” Assim como os israelitas foram levados para o deserto, (assim ocorreu com Cristo) isso por si só era uma garantia de que Deus iria prover a subsistência para eles.

A provação que sobreveio aos israelitas no deserto tinha como objetivo em demonstrar como era a dependência do povo para com Deus. Dt. 8.3 “Ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conhecias, nem teus pais o conheciam, para te dar a entender que não só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do Senhor viverá o homem.” A queixa do povo afastou a palavra de Deus em suas mentes e consequentemente a palavra de Sua promessa de mantê-los e alimentá-los.

Suas reclamações, portanto, em princípio, foram como a ação de Adão e Eva no descumprimento da ordem de Deus. Assim, tanto a tentação do Éden como a peregrinação no deserto Jesus confrontou e suportou. Ele conhecia todas as lições da jornada no deserto; e por isso tinha a garantia e a confiança da provisão de Deus. Portanto, quando veio a tentação, nascida da longa abstinência e carregada com todo o apelo e persuasão da carne, veio como o apelo da serpente. Era um duelo entre o pensamento da carne e o pensamento do Espírito, que ele estava comprometido a seguir, Exatamente como aconteceu no Éden. 

Lá também foi um duelo entre o pensamento de carne, representado pela serpente, e o pensamento do Espírito representado pelas instruções de Deus para não comer da árvore proibida. Esta semelhança explica o uso da palavra diabo na narrativa. Embora a tentação decorresse da sua fome natural a tentação da carne, que está sempre pronta a combater contra o Espírito encaixa no padrão da tentação no Éden, Gl. 5.17 “Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer.”

E somos lembrados dessa semelhança, para que possamos entender melhor a lição essencial, a saber, que o pecado é sempre a anulação da Palavra de Deus. E isso significa que sempre para anulação da palavra de Deus é usado o raciocínio carnal. Mt. 4. 5 “Então, o diabo o levou à Cidade Santa, colocou-o sobre o pináculo do templo.” Mt. 4.8-9 “Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles e lhe disse: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.” Se alguém está disposto a imaginar um tentador pessoal na tentação de Jesus no deserto, que explique a ação de Cristo em acompanhar tal ser ao pináculo do templo e para o topo da alta montanha.

Na verdade estes acontecimentos são compreensíveis como viagens mentais; como vôos da mente, da carne buscando ganhar o domínio. Cristo era o dono da situação, mantendo o seu próprio corpo sobre controle eficaz, a Palavra, todas as investidas de sua tendência carnal Jesus disse: "está escrito". O mesmo ocorreu quando Cristo chamou Pedro de Satanás. A tentação que ele colocou contra Cristo caiu no padrão da tentação edênica. O Senhor sabia que tinha de sofrer e morrer At. 2.23 “Sendo este entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mãos de iníquos.”

Ele sabia que era de acordo com o conselho determinado e presciência de Deus. Então, era tudo de acordo com as Escrituras. Pedro não compreendeu nada disso na época e em sua ignorância iria remover o Senhor do caminho da obediência à Palavra. Com a rapidez de entendimento que o fez único, Jesus viu o perigo, e repreendeu a Pedro. Os termos da repreensão, nos leva de volta ao Éden Mt. 16.23 “Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens.” "Arreda, Satanás".

O apóstolo então agiu como a serpente, daí o termo Satanás, um dos nomes da serpente. Aqui é interessante notar que este raciocínio satânico (e, portanto, serpentino) é descrito pelo Senhor como as coisas que são dos homens em contraste com as coisas que são de Deus.