O judaísmo bem como os irreligiosos céticos e ateus
tem promovido uma questão na internet, a questão promovida é de que os escritos
do NT. mais propriamente os escritos de Paulo são sem valor, ou desprovidos da
verdade. Na realidade o que tem se visto na internet, e isso apoiados pela
teologia judaica é que Paulo foi um mentiroso subversivo. Uma das questões
importantes a serem destacadas e que alguns pontos devem ser defendidos se
encontra na teologia judaica, o judaísmo acertadamente defende que o Messias é
uma pessoa completamente humana, contrariando assim a teologia cristã.
Mais esperem, Eu disse contrariando a teologia cristã,
não a teologia de Paulo. Sabendo que a teologia cristã foi formulada quase na
sua totalidade por teólogos em um período posterior aos apóstolos, fica fácil
saber quem foi que disse que o Messias é sobre humano, ou um semi-deus. Apesar
da crítica destacar que Paulo fez de Jesus deus não se encontra nada nos seus
escritos que credibilize isso, pelo contrário, em vários versos Paulo destaca a
supremacia de Deus sobre Jesus, 1ª Co. 11. 3 "Mas quero que
saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da mulher; e
Deus a cabeça de Cristo."
1ª Co. 15. 28 "E,
quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então também o próprio Filho se
sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em
todos." Estes e muitos outros versos de Paulo descrevem Deus
tendo primazia sobre Jesus, é claro que existem aqueles os quais a teologia se
encarregou em transformar, por exemplo Rm. 9. 5 "Dos
quais são os pais, e dos quais é Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos,
Deus bendito eternamente. Amém." Deus bendito eternamente, isso parece descrever que Jesus é o Deus bendito, no entanto, não é isso que várias outras
traduções descrevem.
Elas descrevem assim: "Dos quais são os pais, e
dos quais é Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos, seja Deus bendito
eternamente. Amém." Então fica muito fácil culpar alguém, principalmente
quando ele não está aqui para se defender, é claro que ao retirarem a palavra
"seja" os tradutores tendencialistas tinham em mente tornar Jesus em
Deus, isso é claro. Muitos ainda argumentam sobre as palavras encontradas ainda
neste mesmo verso, e são elas: Cristo
segundo a carne. Dizem eles, -ora se Paulo está destacando essas palavras é
porque ele acreditava nas origens celestiais do Messias.
Não necessariamente, por um simples motivo, quando
Paulo disse essas palavras Jesus segundo nos é relatado já havia subido aos
céus, ou seja, Paulo estava descrevendo o Messias do jeito que ele veio ao
mundo, lógico de uma forma humana, naqueles dias em que descrevia essas
palavras Jesus era um Messias espiritual, conforme o próprio Paulo descreveu: 1ª
Co. 15. 46 "Mas não é primeiro o espiritual, senão o natural;
depois o espiritual." E é
exatamente isso que o verso nove de romanos quer nos dizer, ou seja, Jesus
primeiro foi homem natural, terreno, depois, passou a ser homem espiritual.
E talvez seja aí onde o judaísmo vê discrepância na
teologia paulina, assim como o judaísmo vê um Messias completamente humano em
seu nascimento e missão assim também o vê Paulo, no entanto, o judaísmo
acredita em um Messias completamente humano que irá subjugar os inimigos de
Deus, Já Paulo acredita em um Messias humano que passou para um estágio
espiritual livre da morte, que irá voltar para estabelecer o reino de Deus. Rm.
6. 9 "Sabendo que, tendo sido Cristo ressuscitado dentre os
mortos, já não morre; a morte não mais tem domínio sobre ele."
Agora comparem as duas teologias: um Messias humano,
mas segundo o judaísmo que permanece para sempre, Jo. 12. 34 "O
povo lhe replicou: “Nós temos ouvido da Lei que o Cristo permanecerá para
sempre, como podes afirmar: ‘o Filho do homem precisa ser levantado’? Quem é
afinal esse Filho do homem?" Uma pergunta deve ser feita: como alguém
completamente humano pode viver para sempre, sem ser transformado espiritualmente? A tendência do ser humano natural é ir envelhecendo até fim, é
claro que nem sempre é uma regra, visto que se morre novo.
Neste ponto discordo da teologia judaica, a teologia
paulina é mais lógica, a transformação ou a ressurreição espiritual é mais
sensata, até mesmo do ponto de vista da implantação do reino de Deus. Nenhum
ser humano que esteja sujeito as mesmas coisas que estamos pode transformar o
mundo, a própria situação belicosa que irá desencadear esse momento será
preciso de alguém que já passou pela morte, o qual enfrentará todo este mundo,
não sem retaliações, mas sem prejuízo, Ap. 2. 26-27 "E ao que
vencer, e guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei poder sobre as
nações, E com vara de ferro as regerá; e serão quebradas como vasos de oleiro;
como também recebi de meu Pai."
Outra questão onde tentam menosprezar o trabalho evangelístico de Paulo é com relação a lei de Deus. Argumentam dizendo que
Paulo é contrário a lei e assim ensina, seria isso mesmo? Rm. 3. 31 "Anulamos,
pois, a lei pela fé? De modo nenhum; antes estabelecemos a lei." Naturalmente
Paulo está dizendo que um ambiente (e este é o mundo) deve ser regido pela lei
de Deus, naturalmente em seu entendimento ele está dizendo que esta lei está no
coração daquele que crê, ou mais propriamente na lei natural que Deus
implantou, e foi isso que ele disse em Rm. 7. 14 "Porque bem
sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado."
Desta forma Paulo, não foi e nem mesmo ensinou a
desobediência a lei, mas sim a invalidade do legalismo para poder agradar a Deus,
em outras palavras fazer algo minucioso, programado, aquilo que não é natural
para agradar a Deus, não tem mérito. E dizendo que Paulo foi um transgressor
eles insistem dizendo que Ele sozinho ou por iniciativa própria, ou por
iniciativa dos pais da igreja criaram um grupo de seguidores os quais
denominaram cristãos. Seria isso mesmo? Os discípulos de Jesus não estavam de
acordo com Paulo?
At. 15. 22 "Então
pareceu bem aos apóstolos e aos anciãos com toda a igreja escolher homens
dentre eles e enviá-los a Antioquia com Paulo e Barnabé, a saber: Judas,
chamado Barsabás, e Silas, homens influentes entre os irmãos." O verso é claro assim com outros em dizer que havia
sim uma uniformidade entre os discípulos de Jesus e Paulo, o que revoltou o
judaísmo foi a não adesão das práticas legalistas aos gentios, inclusive por parte
dos próprios discípulos de Jesus, e não somente Paulo. Os judeus acreditam que
podem plenamente obedecer as leis de Deus, segundo eles próprios estas leis são
classificadas em 613 mandamentos, sem contar os mandamentos dentro dos
mandamentos, como a questão do sábado, por exemplo: http://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/657775/jewish/Os-39-Trabalhos-Proibidos.htm
Eles não acreditam em um substituto, como os cristãos
acreditam, para eles não pode haver um intermediário entre Deus e o homem, algo
que foi ensinado pelo próprio Jesus e depois por Paulo, Jo. 14. 6 "Disse-lhe
Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim."
Naturalmente os judeus discordam de tais declarações pelo fato de todos os
personagens do AT. terem se comunicado diretamente com Deus, mas, deve ficar
entendido que Jesus estava se referindo a uma "ida" ou de um encontro
espiritual com Deus, algo que os judeus também rejeitam.