O mundo contemporâneo com o seu modelo capitalista, tem
influenciado a todos indistintamente, as instituições religiosas mais
propriamente dita à cristã, tem sorvido dessa cisterna rota padronizada pelo
mundo. Atualmente o sistema denominacional se vale do modelo capitalista, não
só para atrair aos que a ela se achegam, como também para manter os seus que lhes
são filiados. Em outras palavras existe uma propaganda enganosa no meio
denominacional o qual estimulam os membros a barganharem com Deus.
Assim sendo, percebe-se uma explosão muito grande de adeptos com
o intuito de se favorecerem, principalmente na concorrência secular; é o
materialismo ditando as regras. Mas, o que dizer de tal pensamento e atitude?
Com relação a este modelo “cristão” de auto-ajuda pode-se dizer que isso não
passa de uma tática vazia, com o único intuito em angariar membros e
consequentemente redundar em lucro financeiro aos líderes da instituição, ou a
própria instituição em si, isto é conseguido por meio de dízimos, ofertas e
doações.
A lógica dos números diz que, quanto maior o número de adeptos
maior o caixa da instituição. Com relação ao povo leigo que em muitos casos são
conduzidos devido à falta de informação e mesmo pela propaganda que vai de
encontro a sua necessidade e tendência, pode-se dizer que cedo ou tarde a
decepção lhe baterá na porta, Deus não faz barganhas. Alias, se o objetivo de
alguém ao se filiar a alguma instituição que professa a Deus e a sua palavra
for tentar obter lucro de alguma forma, tal pessoa está perdendo tempo.
Quando digo perda de tempo estou dizendo em duplo sentido, (1)
você não irá prosperar em todos os sentidos em sua vida, visto esta não ser a
promessa encontrada na bíblia, pelo contrário Fl. 4. 12 “Sei estar abatido,
e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou
instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a
padecer necessidade”. (2) se este
for o intuito, a espiritualidade é zero, isto só confirma a perda de tempo.
O próprio Jesus nos diz isso em dois versos, o primeiro se
encontra em Jo. 16. 33 “Tenho-vos dito isto, para que em mim
tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”.
E o outro se encontra no mesmo evangelho, Jo.
18. 36 “Respondeu Jesus: O meu reino
não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos,
para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui”.
Jesus estava dizendo a Pilatos, vocês os romanos estão se
preocupando a toa, o fato de eu ser rei não significa que irei reinar neste
momento, ou mesmo dar sequencia ao império. O termo (deste mundo) significa o
atual sistema existente, o reino dos homens. Assim sendo, se nem mesmo o
próprio Cristo lutou ou mesmo estimulou alguém para conquistar o reino dos
homens, fica uma pergunta, alias duas: por que os líderes religiosos ensinam
diferente? Por que as pessoas acreditam que irão prosperar, apenas por se dizer
cristão?
O reino de Deus é algo diferente, o ter ou o não ter, não é o termômetro
da espiritualidade de ninguém, quando digo espiritualidade estou me referindo a
lei da atração, atração esta descrita pela bíblia, 1ª Jo. 4. 19 “Nós o amamos a
ele porque ele nos amou primeiro”. Quando digo lei da atração me refiro ao
fato de ir a Deus, só irei verdadeiramente buscar a Deus sem nenhum interesse
mundano, se o próprio Deus me buscar primeiro, está é a regra bíblica, tudo o
mais é invencionice para atrair os incautos com segundas intenções. Jo. 6. 44 “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o
ressuscitarei no último dia”.
Como devemos entender o chamado de Deus para
as nossas vidas? Algo como uma apólice de seguro? Algo como uma blindagem
contra a enfermidade e mazelas da vida? Se este for o nosso entendimento, então estamos equivocados, se
esta for a nossa intenção, então estamos fadados ao completo fracasso. O
verdadeiro evangelho não promete glórias para esta vida, ao contrário, Lc. 9. 23 “E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e
tome cada dia a sua cruz, e siga-me” Deve ficar entendido que tomar a cruz
não significa uma vida só de lucros.
Assim sendo, quando presenciamos na mídia principalmente na
televisiva o evangelho da prosperidade, estamos nos deparando com uma aberração
camuflada de evangelho, e porque esses templos estão todos cheios de adeptos?
Fruto do capitalismo, que tem promovido o materialismo, o qual tem publicado a
viva voz que este trás felicidades. A despeito de muitos não saberem o real
significado da palavra felicidade, confundem felicidade com tranquilidade o
qual o dinheiro proporciona, no entanto a tranquilidade gerada pelo dinheiro
não pode promover a felicidade duradoura em todas as suas formas.
Não que eu esteja propagandeando ou mesmo que seja adepto do
ascetismo, (O ascetismo é uma prática da abstenção de prazeres e até do
conforto material). Não é isto que estou dizendo, na verdade o que eu insisto
segundo o ensino bíblico é que: Quando Deus chama alguém, o objetivo é
puramente espiritual, não existem promessas para este período em que vivemos,
se vamos a Deus com o objetivo puramente material significa que não fomos
chamados por Ele.
E, a condição financeira de um indivíduo de um grupo ou mesmo de
uma empresa, quer seja na bonança ou no revés, não é o resultado de ser ou não
cristão, de crer ou não em Deus. Uma das maiores mazelas como dito acima é o
evangelho da prosperidade esse “evangelho” distorcido, corrompido e
manipulador, tem confundido a muitos, tem levados tantos outros a fazerem
comparações; a falsificação apresentada pelos líderes no que se refere aos bens
materiais que o adepto fiel consegue adquirir, quando digo fiel me refiro a $.
Portanto, ninguém que realmente foi chamado por Deus se deixe
levar por propagandas estranha e principalmente enganosas, Deus não faz
barganhas, não podemos comprar a Deus, Deus não precisa de dinheiro, fala-se
dízimo e ofertas, o chamado de Deus não se refere a ter ou possuir algo nesta
vida, Lc. 12. 15 “E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos
da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que
possui”.