quinta-feira, 1 de março de 2018

O capitalismo e sua influência no meio religioso.

O mundo contemporâneo com o seu modelo capitalista, tem influenciado a todos indistintamente, as instituições religiosas mais propriamente dita à cristã, tem sorvido dessa cisterna rota padronizada pelo mundo. Atualmente o sistema denominacional se vale do modelo capitalista, não só para atrair aos que a ela se achegam, como também para manter os seus que lhes são filiados. Em outras palavras existe uma propaganda enganosa no meio denominacional o qual estimulam os membros a barganharem com Deus.

Assim sendo, percebe-se uma explosão muito grande de adeptos com o intuito de se favorecerem, principalmente na concorrência secular; é o materialismo ditando as regras. Mas, o que dizer de tal pensamento e atitude? Com relação a este modelo “cristão” de auto-ajuda pode-se dizer que isso não passa de uma tática vazia, com o único intuito em angariar membros e consequentemente redundar em lucro financeiro aos líderes da instituição, ou a própria instituição em si, isto é conseguido por meio de dízimos, ofertas e doações.

A lógica dos números diz que, quanto maior o número de adeptos maior o caixa da instituição. Com relação ao povo leigo que em muitos casos são conduzidos devido à falta de informação e mesmo pela propaganda que vai de encontro a sua necessidade e tendência, pode-se dizer que cedo ou tarde a decepção lhe baterá na porta, Deus não faz barganhas. Alias, se o objetivo de alguém ao se filiar a alguma instituição que professa a Deus e a sua palavra for tentar obter lucro de alguma forma, tal pessoa está perdendo tempo.

Quando digo perda de tempo estou dizendo em duplo sentido, (1) você não irá prosperar em todos os sentidos em sua vida, visto esta não ser a promessa encontrada na bíblia, pelo contrário Fl. 4. 12 “Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade”.  (2) se este for o intuito, a espiritualidade é zero, isto só confirma a perda de tempo.

O próprio Jesus nos diz isso em dois versos, o primeiro se encontra em Jo. 16. 33 “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”. E o outro se encontra no mesmo evangelho, Jo. 18. 36 “Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui”.

Jesus estava dizendo a Pilatos, vocês os romanos estão se preocupando a toa, o fato de eu ser rei não significa que irei reinar neste momento, ou mesmo dar sequencia ao império. O termo (deste mundo) significa o atual sistema existente, o reino dos homens. Assim sendo, se nem mesmo o próprio Cristo lutou ou mesmo estimulou alguém para conquistar o reino dos homens, fica uma pergunta, alias duas: por que os líderes religiosos ensinam diferente? Por que as pessoas acreditam que irão prosperar, apenas por se dizer cristão?

O reino de Deus é algo diferente, o ter ou o não ter, não é o termômetro da espiritualidade de ninguém, quando digo espiritualidade estou me referindo a lei da atração, atração esta descrita pela bíblia, 1ª Jo. 4. 19 “Nós o amamos a ele porque ele nos amou primeiro”. Quando digo lei da atração me refiro ao fato de ir a Deus, só irei verdadeiramente buscar a Deus sem nenhum interesse mundano, se o próprio Deus me buscar primeiro, está é a regra bíblica, tudo o mais é invencionice para atrair os incautos com segundas intenções. Jo. 6. 44 “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia”. 

Como devemos entender o chamado de Deus para as nossas vidas? Algo como uma apólice de seguro? Algo como uma blindagem contra a enfermidade e mazelas da vida? Se este for o nosso entendimento, então estamos equivocados, se esta for a nossa intenção, então estamos fadados ao completo fracasso. O verdadeiro evangelho não promete glórias para esta vida, ao contrário, Lc. 9. 23 “E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me” Deve ficar entendido que tomar a cruz não significa uma vida só de lucros.

Assim sendo, quando presenciamos na mídia principalmente na televisiva o evangelho da prosperidade, estamos nos deparando com uma aberração camuflada de evangelho, e porque esses templos estão todos cheios de adeptos? Fruto do capitalismo, que tem promovido o materialismo, o qual tem publicado a viva voz que este trás felicidades. A despeito de muitos não saberem o real significado da palavra felicidade, confundem felicidade com tranquilidade o qual o dinheiro proporciona, no entanto a tranquilidade gerada pelo dinheiro não pode promover a felicidade duradoura em todas as suas formas.

Não que eu esteja propagandeando ou mesmo que seja adepto do ascetismo, (O ascetismo é uma prática da abstenção de prazeres e até do conforto material). Não é isto que estou dizendo, na verdade o que eu insisto segundo o ensino bíblico é que: Quando Deus chama alguém, o objetivo é puramente espiritual, não existem promessas para este período em que vivemos, se vamos a Deus com o objetivo puramente material significa que não fomos chamados por Ele.

E, a condição financeira de um indivíduo de um grupo ou mesmo de uma empresa, quer seja na bonança ou no revés, não é o resultado de ser ou não cristão, de crer ou não em Deus. Uma das maiores mazelas como dito acima é o evangelho da prosperidade esse “evangelho” distorcido, corrompido e manipulador, tem confundido a muitos, tem levados tantos outros a fazerem comparações; a falsificação apresentada pelos líderes no que se refere aos bens materiais que o adepto fiel consegue adquirir, quando digo fiel me refiro a $.

Portanto, ninguém que realmente foi chamado por Deus se deixe levar por propagandas estranha e principalmente enganosas, Deus não faz barganhas, não podemos comprar a Deus, Deus não precisa de dinheiro, fala-se dízimo e ofertas, o chamado de Deus não se refere a ter ou possuir algo nesta vida, Lc. 12. 15 “E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui”.