Os
sabatistas alegam que quando no novo testamento é proferido as palavras “lei de
Moisés” está se referindo as leis cerimoniais que pré-figuravam ou apontavam
para Cristo. Mas, surgem então baseados em alguns poucos versos bíblicos
algumas perguntas pertinentes, citarei o primeiro verso. Gl. 5.3 (De novo, testifico a todo homem
que se deixa circuncidar que está obrigado a guardar toda a lei.)
A circuncisão era a prova final
de que tal individuo era realmente judeu, e o mesmo valia para os convertidos
ao judaísmo. Em outras palavras se alguem quisesse se “tornar” ser participante das
praticas judaicas deveriam se circuncidar. Paulo testifica dizendo que se
alguem se circuncidar deve guardar toda a lei, mediante isso eu pergunto: e o
inverso disso, não deve ser o mesmo? Ou seja, se alguem quiser observar toda a
lei, não deve se circuncidar?
Lógico que sim. Se a circuncisão me obriga a
guardar toda a lei, o inverso disso deve ter as mesmas proporções. Não se pode tentar pertencer a um povo adotando somente parte dos seus costumes e obrigações. Vejam os versos:
Gn. 17.12-14 (O que tem oito dias será circuncidado entre vós, todo macho nas vossas gerações, tanto o escravo nascido em casa como o comprado a qualquer estrangeiro, que não for da tua estirpe. Com efeito, será circuncidado o nascido em tua casa e o comprado por teu dinheiro; a minha aliança estará na vossa carne e será aliança perpétua. O incircunciso, que não for circuncidado na carne do prepúcio, essa vida será eliminada do seu povo; quebrou a minha aliança.)
(A) Natural e estrangeiro deveriam se circuncidar. (B) Se não fizessem assim estariam quebrando a aliança, e não seriam considerados por Deus como povo.
Outra
questão interessante é encontrado em At.
15.3 que diz: (Insurgiram-se,
entretanto, alguns da seita dos fariseus que haviam crido, dizendo: É
necessário circuncidá-los e determinar-lhes que observem a lei de Moisés.)
Vejam algumas questões interessantes: (1) para que se observassem a lei de
Moisés era necessário circuncidá-los, uma coisa dependia da outra. (2) Que lei
de Moisés o verso se refere? (3) São as ditas leis cerimoniais? Vamos analisar
as questões:
A circuncisão não é, pois foi pedido conjuntamente que se
circuncidassem, e que observassem a lei de Moisés. O cerimonial que apontava
para Cristo, também não é, pelo fato do verso dizer que alguns dos fariseus que
creram estavam tentando induzir os apóstolos. Ora, se eles creram no Messias
naturalmente não mais haveria necessidade de sacrificar cordeiros, portanto
está descartada a hipótese de ser a lei do holocausto.
E a palavra lei do verso
5 é nomos a mesma palavra encontrada para definir a lei de Deus. Sendo assim
dentro da visão sabatista os apóstolos deveriam ser os primeiros a serem
considerados antinomistas, visto que eles resistiram a sugestão dos fariseus
convertidos de que os gentios deveriam observar a lei de Moisés, lei esta que
no grego é nomos, mesma palavra que descreve a lei encontrada em romanos 7.22
por exemplo.
Seriam os apóstolos contrários a lei? De maneira nenhuma, eles só
não eram mais dependentes da lei para salvação, em outras palavras a aliança do
Sinai e todas as suas ordenanças não era mais importante para a salvação. Naturalmente
os sabatistas irão dizer: Você quer dizer que os apóstolos se rebelaram contra
a lei? Lógico que não é isso, os apóstolos estavam dizendo que o sistema
mosaico era inoperante para a salvação.
Observem também que o verso 5 diz que
os fariseus que aceitaram a Cristo insurgiram; em outras palavras eles começaram
a revoltar-se, pelo fato dos cristãos não estarem se circuncidando e nem mesmo
observando a lei. Alegar que todos naquela época guardavam o sábado é uma incoerência muito grande, isso para não dizer mentira muito grande, caso fosse
uma realidade não haveria a necessidade dos fariseus convertidos se levantarem
dizendo que era necessário os gentios guardarem a lei.
Ora, se eles já
guardavam a lei, que lei então os fariseus que aceitaram o Messias estavam incitando
os cristãos a obedecerem? Veremos outros versos interessantes que muitas das
vezes passam desapercebidos. At. 15.28
( Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a
nós não vos impor maior encargo além destas coisas essenciais.)
Já ouvi o
absurdo por parte dos sabatistas que o verso em questão se refere as ditas leis
cerimoniais, mas o que vemos é que isso não passa de uma falsa premissa.
Observem o seguinte: se os fariseus convertidos estavam incitando os gentios a
guardarem a lei, naturalmente chegamos a conclusão que entre os gentios não
havia tal costume. Ninguém obriga outro a cumprir aquilo que lhe é uma prática.
Então, o que foi considerado pelos apóstolos como um encargo?
As festas? Se
foi, os sabatistas estão em débito com Deus, visto não terem como uma
necessidade atual, todas as leis consideradas cerimoniais não pode ser, devido
ao fato dos judeus convertidos não mais precisarem de figuras que representassem
o Messias. Naturalmente nós deveríamos de esperar que os apóstolos sendo todos
judeus a dois mil anos atrás fossem tremendamente judaizantes, isso deve ser
considerado assim pelo fato de que muitos gentios querem a todo custo tornar-se
judeu, ou pelo menos impor na nova aliança práticas judaizantes.
Outros vão
além disso,dizendo que devem ter os nomes trocados, devem falar em hebraico,
outros vão ao extremo dizendo que são descendentes direto dos judeus e portanto
são obrigados mesmo sem se circuncidar em aderir praticas judaizantes. Mas que
surpresa temos quando Paulo no livro de Gálatas descreve as atitudes de Pedro. Gl. 2.14 (Quando, porém, vi que não procediam corretamente segundo a verdade do
evangelho, disse a Cefas, na presença de todos: se, sendo tu judeu, vives como
gentio e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus?)
Naturalmente Pedro não vivia como um depravado gentil, não era isso. Tanto é
assim que o próprio Paulo disse que nós não somos pecadores dentre os gentios.
Quanto ao verso acima devemos entender que: (1) Pedro não vivia como um
judaizante, (2) o próprio Paulo descartou a questão da obrigatoriedade, ou seja
não devemos obrigar um gentil convertido a ser um judaizante, (3) algo muito
diferente daquilo que os gentios sabatistas fazem, (4) se um judeu natural
convertido ao cristianismo não deve obrigar um gentil convertido a se tornar
judeu, por que um gentil deve obrigar outro gentil a praticas judaizantes?
Logo
após o “pedido” dos da seita dos fariseus que haviam crido, em seu discurso
Pedro faz uma declaração muito interessante, diz Ele: At. 15.10 ( Agora, pois, por
que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos
pais puderam suportar, nem nós?) Sendo assim a questão continua, que jugo
seria esse?
Os adventistas argumentam que o jugo aqui referido são os dogmas
(tradições) ensinadas pelos líderes judeus, mas não é isso que o contexto
mostra, pelo fato da pergunta de Pedro está relacionada a uma exigência dos
fariseus convertidos, ou seja, a questão que estava sendo discutida naquele
momento era sobre a lei.
Em outras palavras os fariseus tiveram a mesma atitude
dos sabatistas modernos, disseram que o fato dos gentios crerem em Cristo não
era suficiente para a salvação a crença deveria está acompanhada das obras da
lei.
Santas palavras do apostolo inspirado que disse: Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos
discípulos um jugo que nem nossos pais puderam suportar, nem nós? Atos 15.10. O que percebemos nestes
versos que foram relacionados é que a lei que estava em discussão foi toda a
primeira aliança, Pedro, Paulo, Tiago e os demais estavam dizendo que tal prática não
tem lugar no evangelho de Cristo.