Is. 45.22 (Olhai para mim e
sede salvos, vós, todos os limites da terra; porque eu sou Deus, e não há
outro.) Nos
dias atuais percebemos uma inversão deste ensinamento, o verso nos recomenda a
olharmos para Deus, o qual nos garante se assim procedermos nos salvará.
Sabemos também que o olhar salvífico descrito pelo verso é embasar a vida nos
ensinamentos exemplificados nos evangelhos, baseado no ensinamento cristão só
chegaremos a Deus por meio de Cristo, Jo.
14.6 (Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o
caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.)
A
inversão dita acima ganhou força no meio do cristianismo devido ao desvio do
olhar de muitos os quais se intitulam cristãos. O que tem acontecido? Quando
alguém professa a fé nos ensinos da bíblia e desvia a sua vista dos
ensinamentos contidos nela, naturalmente a sua visão é direcionada em outra
direção, e este novo objeto de contemplação são os padrões ditados pelo mundo,
neste tópico não me dirijo a ateus céticos ou irreligiosos, portanto, para os
religiosos a palavra mundo é um antagonismo de espiritualidade.
O
problema passa a surgir quando percebemos que ao desviar o olhar de Deus e da
sua palavra passamos a olhar para outro deus estranho; o verso diz: olhai para mim e sede salvos... o olhar
para Deus por meio de Cristo segundo o NT. é sinônimo de salvação, já o oposto
é falta da mesma, ao desobedecer a palavra “desviando o olhar” dos ensinamentos
de Deus estamos automaticamente focando em outros deuses. 1ª Jo. 2.15 (Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o
amor do Pai não está nele.)
Em se
tratando de religiosidade acredito que o domínio maior exercido pelo mundo se
dá através do ensinamento da tão desejada autonomia humana, este ensinamento
contrasta por demais com a liberdade a qual Cristo nos propôs, Tg. 1.25 (Mas aquele que considera, atentamente,
na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte
negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar.)
Por liberdade me refiro a lei do espírito e por espírito
me refiro ao nascido de novo e nascido de novo não significa alguém que não
peque, mas sim aquele que compreende que liberdade é não praticar o que é
condenável, portanto a lei da liberdade não é um manual contendo 613 leis,
muitas das quais baseadas em cerimonias, mas sim unido com Cristo restringir
aquilo que é contrário a vontade de Deus.
O verso de 1ª João 2.15 nos informa que o amor ou a
prática do mundo está em desacordo com Deus e a sua palavra; o que dizer da
autonomia religiosa? A palavra autonomia vem do prefixo auto e da raiz nomos;
auto significa por si próprio, um automóvel é alguma coisa que se move por si
próprio; já a raiz nomos é a palavra grega para lei, sendo assim a palavra
autonomia significa “lei própria”.
Este é um padrão estipulado pelo mundo e muito bem aceito
por uma grande e esmagadora parcela daqueles que se dizem cristãos, ser independente,
lei própria para si, isso contrasta grandemente com a lei da liberdade. Ao
contrário dos padrões estipulados pelo mundo, e baseado na bíblia, ter
liberdade não é ser autônomo.
A própria palavra “lei” da liberdade por si só restringe
a autonomia, o problema do modelo autônomo é que ele dá uma sensação de auto
suficiência e independência, tanto de Deus, quanto da unidade entre os irmãos. Um
exemplo de unidade da igreja primitiva se encontra em At. 2.44 (Todos os que criam
estavam juntos e tinham tudo em comum.) Naturalmente eles estavam
juntos pelo fato de terem uma crença em comum, e essa coletividade contrasta e
muito com o modelo individualista deste século, modelo este criado pelo
autonomismo apóstata. O modelo autônomo não pode funcionar na igreja de Cristo,
por igreja me refiro ao grupo de pessoas que declaram a crença bíblica em comum.
Jo. 17.21 (Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu,
em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me
enviaste.) Naturalmente Jesus não
estava falando de uma unidade ontológica, mas sim de uma unidade de crença de
aceitação de comunidade. 1ª Co. 1.10
(Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais
todos uma mesma coisa e que não haja entre vós dissensões;
antes, sejais unidos, em um mesmo sentido e em um mesmo parecer.)
As
palavras do verso acima “todos uma mesma
coisa” tem criado um repudio no meio cristão, foi a intenção de Paulo
promover uma subserviência cega? Lógico que não, a lei da liberdade nos permite
questionar, debater e mesmo rejeitar, acredito que ao dizer (todos a mesma
coisa) Paulo enfatizou a crença comum dos seus dias, porém, o que tem
contribuído para os debates intermináveis são os dogmas e as doutrinas pós
apostólica.
Portanto,
temos alguns modelos a serem comparados e entre eles estão: a lei da liberdade,
aquela que regula o comportamento religioso cristão, o autonomismo religioso um
pensamento que vem ganhando forças e adeptos, mesmo no meio religioso; e a
libertinagem algo mais apropriado para quem rejeita um comportamento moral. Tg. 2.12 (Falai de tal
maneira e de tal maneira procedei como aqueles que hão de ser julgados pela lei
da liberdade.)
Os
adeptos da lei da liberdade por sua conduta restringem a libertinagem e do
mesmo jeito trabalham com o intuito em fortalecer a unidade, rejeitando assim o
autonomismo religioso. Ao desviar a conduta aderindo o autonomismo tal pessoa
será responsabilizada e julgada pela lei da liberdade, Rm. 14.7 (Porque nenhum de nós vive para
si mesmo, nem morre para si.)
Alguns adeptos do autonomismo religiosos poderão dizer
que os mundanos estão em vantagem, pois podem viver do jeito que quiserem. Na
verdade todos podem viver do jeito que quiserem, no entanto não é a negação da
existência de Deus por parte do ateu ou mesmo do mundano ou mesmo do religioso
autônomo que o isentará de suas responsabilidades. Alguém pode rejeitar a Deus
e escarnecer de sua palavra por toda a sua vida, porém isso não irá lhe
garantir ser isentado dos juízos de Deus que lhe sobrevirão, pelo contrário.
Rm. 14.11-12 (Porque está escrito: Pela minha vida, diz o Senhor, todo joelho se dobrará
diante de mim, e toda língua confessará a Deus.De maneira que cada um de nós
dará conta de si mesmo a Deus.) Ec. 2.14 (Os olhos do sábio estão
na sua cabeça, mas o louco anda em trevas; também, então, entendi eu que o
mesmo lhes sucede a todos.) Assim sendo, convém mantermos os nossos olhos (mente) em
Deus e na sua palavra, somente assim estaremos negando o autonomismo o qual leva
inevitavelmente a apostasia.
Evandro.