A
bíblia é clara em dizer que Deus concede salvação ao pecador arrependido. E
ainda segundo os relatos da bíblia, a salvação se dá em uma esfera espiritual,
logo tal acontecimento se materializa unicamente através da misericórdia de
Deus. Porém ao longo dos séculos o cristianismo ao qual conhecemos tem se
inclinado a propagar uma espécie de salvação total, ou seja, visto que a
salvação se dá através da graça de Deus e Ele ama as suas criaturas, conclui-se
então que todos são objetos da sua graça salvadora.
Em
todas as esferas de nossa existência devemos atentar para uma questão
irrevogável. O simples fato de alguém querer que algo seja uma verdade não faz
com que aquilo se torne uma verdade. Este conceito deve permear o nosso
entendimento para a questão da salvação bíblica; em outras palavras o fato de
vários ramos denominacionais assumirem o ensinamento da salvação total não
autentica tal ensinamento, e nem mesmo torna isso uma realidade.
Para
o humanismo prevalecente e mesmo para a mentalidade cristã atual as palavras
“Deus ama a todos” soa como um verdadeiro ensinamento bíblico, pois Deus não
quer que ninguém pereça, antes, que todos cheguem ao arrependimento. Este
conceito está equivocado e destoa completamente daquilo que a bíblia apresenta
como graça salvadora de Deus, por exemplo: Jo. 17.2 “Assim como lhe
conferiste autoridade sobre toda a carne, a fim de que ele conceda a vida
eterna a todos os que lhe deste.” Jo. 17.9“É por eles que
eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus.”
A
bíblia não diz o porquê Deus escolheu salvar alguns e não a todos, só diz que
resolveu salvar alguns. Fato é que os versos acima citados e outros nos
demonstram a salvação direcionada para alguns, não sabemos o porquê dessa
escolha, assim também não sabemos explicar outros acontecimentos que nos são
intrigantes, citarei um, por exemplo: por que algumas pessoas nascem em um lar
de uma família extremamente rica ao passo que outras não. Alguém pode
questionar dizendo: “ora, simplesmente os pais de tal pessoa eram
ricos, herdaram a sua riqueza ou mesmo tiveram uma enorme herança e etc. e o
filho se beneficiou disso”
Bem,
isso pode até ser uma boa justificativa, mas não responde o porquê determinada
pessoa teve que nascer nessa família e não em outra menos favorecida, o que
esse filho (a) fez ou teve de melhor para ter tal privilégio? Essas são
questões que raramente são tratadas e discutidas, fato é que não sabemos o porquê.
Uns acreditam que o “destino autônomo” fez e faz isso, outros o acaso, eu
acredito que o destino não é autônomo e muito menos que exista o acaso
fortuito, não, não é uma redundância, aos nossos olhos pode parecer que exista
o acaso, porém jamais devemos crer em algo ocorrendo de forma aleatória e sem
propósito.
Uma
coisa nós podemos ter certeza conforme nos é relatado na bíblia Pv.
16.4 “O Senhor fez
todas as coisas para determinados fins e até o perverso, para o dia da
calamidade.” O verso está nos dizendo que Deus não faz nada sem
propósito, mesmo naquelas coisas as quais parecem insignificantes e sem
importância. Assim sendo Deus pode muito bem em sua sabedoria eterna ter
escolhido alguns para salvação e outros não, e com relação ao verso de
provérbios descrito acima, não existe uma exceção a regra, isto claro
analisando de uma forma ultra mundana.
Mas e com relação a salvação total? Muitos objetam usando mesmo a bíblia para “comprovar” a tese da salvação total, geralmente o verso utilizado e João 3.16 “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” O argumento se dá da seguinte maneira: “O verso por si só é bastante explícito, diz enfaticamente que Deus amou o mundo”.
Mas e com relação a salvação total? Muitos objetam usando mesmo a bíblia para “comprovar” a tese da salvação total, geralmente o verso utilizado e João 3.16 “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” O argumento se dá da seguinte maneira: “O verso por si só é bastante explícito, diz enfaticamente que Deus amou o mundo”.
Isso é fato, diz realmente que
Deus amou o mundo, o problema e não analisar o que acompanha o verso, por
exemplo: o mesmo verso diz que todo o que Nele crer não irá perecer, mas se o
amor é estendido ao mundo como alguns irão perecer? Objetarão dizendo: “ora
esses escolheram crer em Deus, por isso serão salvos”. Na verdade esta é uma
tese inválida, o amor de Deus não depende de uma via de mão dupla, ou seja, nós
não iremos amar a Deus se antes Ele não nos amar primeiro, 1ª Jo. 4.19 “Nós
amamos porque ele nos amou primeiro”.
Gl.
4.9 “mas agora que
conheceis a Deus ou, antes, sendo conhecidos por Deus, como estais voltando,
outra vez, aos rudimentos fracos e pobres, aos quais, de novo, quereis ainda
escravizar-vos?” Mas a objeção pode continuar, “mas a
bíblia diz que o mundo é objeto do amor de Deus”. Foi como disse
acima, não podemos ignorar o todo da bíblia para abalizar um pensamento, nem
sempre podemos interpretar um verso bíblico, baseado no nosso entendimento ou
mesmo na disposição de entendê-lo.
Primeiramente vimos Jesus
rogando a Deus por aqueles que estavam no mundo mas não eram do mundo, e o
verso a seguir repete o mesmo, Jo. 17.16 “Eles não são do
mundo, como também eu não sou”. A bíblia no que diz respeito a
salvação geralmente separa o mundo daqueles que estão no mundo, porém, em
outros aspectos ela inclui o mundo fora do mundo, ou seja inclui o mundo dentro
de uma localidade, At. 17.6 “Porém, não os encontrando, arrastaram
Jasom e alguns irmãos perante as autoridades, clamando: Estes que têm
transtornado o mundo chegaram também aqui.”
Para os judeus que habitavam
em Tessalônica “a mensagem que estava trastornado o mundo” chegou por lá
também. Jo. 7.4 “Porque ninguém há que procure ser
conhecido em público e, contudo, realize os seus feitos em oculto.
Se fazes estas coisas, manifesta-te ao mundo”. O mesmo disseram os irmãos de Jesus, ir
a festa em Jerusalém seria manifestar os seus feitos para o mundo. Jo.
12.19 “De sorte que os fariseus disseram entre si: Vede
que nada aproveitais! Eis aí vai o mundo após ele” Neste caso aqui o
mundo era os seus seguidores e mesmo os simpáticos aos seus ensinamentos.
Com relação a salvação a
bíblia separa os eleitos dentre o mundo, Ef. 1.4 “Assim
como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e
irrepreensíveis perante ele; e em amor”. Jesus faz uma separação
nítida entre as suas ovelhas e os bodes que não lhe pertence, Jo.
10.26-27 “Mas vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas.
As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem”.
Assim sendo fica claro que o mundo em sua totalidade não é objeto da salvação de Deus, e também não nos é dito o porquê que não é, dentro da visão bíblia só podemos dizer aquilo que já foi dito, o livro de apocalipse nos revela o por que o mundo como um todo não será salvo, Ap. 17.8 “A besta que viste, era e não é, está para emergir do abismo e caminha para a destruição. E aqueles que habitam sobre a terra, cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida desde a fundação do mundo, se admirarão, vendo a besta que era e não é, mas aparecerá”.